Powered By Blogger

ENDLESS PLACE

sexta-feira, 29 de agosto de 2008


70 ANOS DE VIDAS SECAS

Um dos mais importantes nomes da literatura brasileira, Graciliano Ramos será o grande homenageado da editora Record nesta Bienal.


O autor e sua obra serão o tema do estande do grupo editorial, que prepara ações para comemorar os 70 anos de publicação de um dos mais conhecidos e belos títulos do escritor alagoano: Vidas Secas.

Graciliano é também motivo de comemoração em razão dos direitos de publicação de toda sua obra, que acabam de ser renovados com a editora até 2018. Entre 2005 e 2008 as vendas de seus livros aumentaram 20%.

A edição comemorativa de Vidas Secas será lançada em tiragem limitada no segundo semestre. Trata-se de uma caprichada versão fotográfica, com texto original de Graciliano.

As fotos serão de Evandro Teixeira, fotógrafo premiado que está neste momento percorrendo o sertão de Pernambuco e Alagoas, registrando imagens dos lugares retratados pelo autor. A cada ano, até 2018, um livro de Graciliano terá tratamento especial por parte da editora.

Na segunda-feira, dia 18 de agosto, a programação oficial da Bienal do Livro terá a obra de Graciliano Ramos como tema da palestra de Ivan Marques no Espaço Literário Ipiranga.

LITERATURA INDÍGENA É DISCUTIDA NO FAZER LITERÁRIO



O escritor Daniel Munduruku foi um dos convidados do projeto do Sesc São Paulo neste segundo dia da Bienal do Livro.


Nativo dos Mundurukus, Daniel levou ao público o olhar indígena sobre a sociedade, além de contar um pouco da história do índio no Brasil e esclarecer dados sobre sua nação.

“As pessoas tem um conceito errado, muitas vezes até repassado nas escolas, sobre a origem e a cultura do índio. O papel da literatura de gênero vem justamente tentar ajustar essa imagem”, comentou.

Segundo ele, todas essas mudanças que ocorrem no mundo, aliadas à tecnologia, e a permanência desse pensamento sobre os nativos geram uma crise de identidade entre os indígenas.

“O povo indígena teve que se adaptar à sociedade, mas todos os dias se impõe e se organiza para manter a sua cultura, respeito e conhecimento adequado”, explicou.

Daniel propôs ainda ao público que descobrisse qual o único dos 27 Estados brasileiros que não tem a presença de uma nação de índios. Em meio a várias tentativas, Munduruku respondeu que era o Estado do Piauí.

“Muitas pessoas pensam logo em alguma região do sul, mas não sabem que lá tem uma das maiores comunidades indígenas”, comentou.

Daniel é formado em Filosofia e mestrando em Antropologia Social na Universidade de São Paulo. Foi professor da rede estadual e particular de ensino e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor de São Paulo.

O autor esteve na Europa diversas vezes como convidado em conferências sobre a cultura indígena e ministrou oficinas culturais.

É professor da Fundação Peirópolis e autor de Meu avô Apolinário, Coisas de Índio, Histórias de Índio e O Banquete dos Deuses, entre outros.

Daniel coordena na Editora Fundação Peirópolis a Coleção Memórias Ancestrais, série de livros infantis que resgata mitos e lendas das diversas nações indígenas brasileiras.

DAS ALDEIAS PARA AS PRATELEIRAS


Pela primeira vez, estudo histórico com mais de 30 mil verbetes indígenas sai do mundo acadêmico para conquistar seu espaço nas livrarias.


Suprimido há mais de dois séculos, o Tupi-guarani, idioma nativo do Brasil, finalmente recebe o merecido reconhecimento a um admirável trabalho de pesquisa sobre etimologia das palavras, realizado pelo médico anestesista Clovis Chiaradia.

Durante 30 anos, ele colecionou mais de 30 mil verbetes originários das famílias lingüísticas Tupi-guarani, Aruaque, Caribe e Macro-Jê que, hoje, compõe o Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena, lançado na Bienal do Livro pela da editora Limiar.

Confira o significado de algumas palavras que usamos no dia-a-dia sem mesmo conhecer sua origem:

Nhenhenhém – resmungo, falatório interminável.

Ubiratã – pau, madeira dura.

Sarará – cabelo aloirado, ou arruivado, muito crespo.

Guarujá – o viveiro dos guarús (peixe e sapo).

Pacaembu – o arroio da paca.

Morumbi – mosca verde, varejeira.

Anhanguera – espectro, fantasma, diabo velho, a alma separada do corpo.

Pereba – a ferida com casca, a cicatriz, a ferida velha, mancha de sarna

LER OU NÃO LER: EIS A QUESTÃO

Abrindo o Salão de Idéias deste sábado, dia 16, Moacyr Scliar, Mário Sérgio Cortella e Antônio Calloni discutiram esta dúvida e revelaram os segredos que os levaram a gostar de ler.
No encontro, os três grandes ícones do universo dos livros falaram também sobre a importância da leitura para a formação de crianças e jovens. Moacyr Scliar, de Porto Alegre, é médico especialista em saúde pública, e autor de mais de quarenta livros entre ensaios, crônicas, contos e romances. Ele fala sobre a angústia do jovem que é de certa forma, segundo ele, intimidado pelo livro.“O livro é algo recente, existe há apenas 500 anos no País e só tinham acesso à ele pessoas com poder e riqueza, o que acontece também nos dias de hoje”, conta Scliar, que diz ter chegado ao livro por meio do próprio nome, inspirado em um personagem de José Alencar.“Conheci meus primeiros livros pelas mãos de minha mãe. Ela dizia que em casa poderia faltar até comida, mas livros não. Foi assim que o prazer da leitura foi despertado em mim. Digo hoje que o desprazer de ler surge da associação da leitura à obrigação, o que não foi o meu caso”, conta Scliar.O ator e escritor Antônio Calloni disse que sua aproximação com livros aconteceu também quando criança, motivado pelos pais, também fãs de literatura. “Ler me provoca, me estimula à compreensão de algo que não sei dizer exatamente o que é. Vendo meu filho pequeno, que também é fascinado por livros, percebi que a leitura o impulsionou a melhorar seu comportamento e sua relação com as pessoas. Acho que a leitura desenvolve nossa sensibilidade”, revela.O filósofo, educador e escritor Mário Sérgio Cortella, natural de Londrina, contou que sua paixão por livros aconteceu em razão de uma hepatite que contraiu com sete anos.“Como não tínhamos televisão na época, as pessoas me deram livros. Em conseqüência disso, eu, criança, na cama doente, lia Stendhal. Claro que em muitas leituras eu não entendia nada, mas criei um encantamento por outros livros, o que não me deixou mais parar de ler”, diz.
LANÇAMENTO DE TODOS

Cerca de 400 pessoas lotaram o estande da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo para o lançamento do Livro de Todos – O Mistério do texto roubado, a primeira obra escrita pela Internet e publicada no Brasil.
No lançamento cerca de 60 autores-participantes de diversos estados assinaram o livro. Além deles, participaram o escritor Moacyr Scliar, que escreveu o primeiro capítulo e Maurício de Sousa, responsável pela capa.Rosely Boschini (CBL), Hubert Alquéres (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo) e Sérgio Valente (DM9 DDB) foram os presidentes das respectivas entidades que participaram do projeto que mobilizou centenas de escritores anônimos e renomados durante todo o mês em que o site ficou no ar.Larissa Cristine Gomes, de 11 anos, a mais jovem dos autores diz que caprichou muito na história para ser uma das escolhidas. “Essa foi minha primeira experiência como escritora. Tenho vontade de escrever mais histórias como essa”, diz.Sem saber como a história que começo a escrever terminaria, Moacyr Scliar disse que o resultado ultrapassou todas as expectativas.“Vários fatores levaram ao sucesso do Livro de Todos: a idéia é muito boa; foi tudo feito da maneira certa – usando a Internet; e o projeto tem atrás de si a Câmara Brasileira do Livro e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo”. Pelo sucesso que foi. Scliar acredita que o modelo possa ser adotado em todo o País a qualquer hora.A Presidente da CBL, Rosely Boschini, reforçou a tese de Scliar. “Se havia alguma dúvida entre a Internet e o livro impresso, essa se desfez aqui, com o lançamento do Livro de Todos, uma obra escrita com a participação de 173 internautas”.“O entusiasmo desses novos autores prova que as pessoas gostam sim de ler e de escrever e que basta darmos a oportunidade e resultados impressionantes como este do Livro de Todos aparecem”, comentou Hubert Alquerés, presidente da Imprensa Oficial.Sérgio Valente, presidente da DM9 DDB, disse que o livro é uma ótima idéia e idéias assim se realizam com a colaboração de todos. Sobre o lançamento, disse que “nunca uma sessão de autógrafos teve tantas assinaturas”.O Livro de Todos foi idealizado especialmente para esta edição da Bienal do Livro e escrito em um mês. Aso todos mais de 14 mil visitas ao site e 362 colaborações de 173 autores-participantes.Todos os textos enviados foram avaliados, selecionados e editados por uma comissão editorial da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, supervisionada pelo jornalista Almyr Gajardoni. Os visitantes da Bienal do Livro de São Paulo que passarem pelo estande da Imprensa Oficial podem adquirir o livro por R$ 5.

NÉLIDA PIÑON DECLARA SEU AMOR PELA LITERATURA

VOCES REALMENTE ACHAM Q ELA PODERIA FALTAR? A MINHA MUSA INSPIRADORA!!! SOU TUA FÃ!



Primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras (ABL), a escritora carioca abriu as atividades do Salão de Idéias Volkswagen com um pouco da sua história e uma série de motivos para amar a narrativa.


“Meu ofício é escrever, narrar e pensar como quem escreve. Acredito que a narrativa preserva a história humana”, comentou a escritora, que deixou a platéia inebriada com seu discurso.

Antes mesmo de se entregar às histórias do primeiro contato com a palavra e da sua vocação de escritora, Nélida fez uma análise da proposta da leitura.

“A linguagem dos livros é coletiva. A tendência é pegar a vida em grupo e fazer uma aparência de uma única narrativa”, explica.

Nélida falou também do seu volume de memórias, Coração andarilho, que será publicado no ano que vem. “Toda memória é alimentada pela invenção”, comentou sobre a execução dos textos da coletânea.

No segundo momento da palestra, a autora de romances como A república dos sonhos e A doce canção de Caetana revelou ao público quando se deu os primeiros contatos com a escrita.

“A minha incursão na literatura foi muito precoce. Naquela época remota eu já queria ser escritora e via os livros como um espírito de aventura”, contou.

Segundo ela, a idéia de poder viajar por vários mundos e universos era o principal atrativo da literatura. “Eu dizia naquela época que eu gostaria de jamais ter dormido sob o mesmo teto. Queria ter dormido em moradas diferentes”, filosofa.

Nélida abriu espaço ainda para sugerir aos jovens uma leitura que, segundo ela, foi esquecida com o tempo. “Eu li quando era jovem um livro do alemão Karl May, um culto autor de Frankfurt do Século XIX. A forma como ele conduz a narrativa e se faz acreditar é impressionante”, conta ela.

De acordo com autora carioca, convencer o leitor e surpreender a sua confiança são os principais papéis de um autor na hora de escrever a sua obra.

A autora

Filha de Lino Piñon Muiños e Olivia Carmen Cuiñas Piñon, espanhóis de origem galega, Nélida formou-se em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e foi editora e membro do conselho editorial de várias revistas no Brasil e exterior.

Também ocupou cargos no conselho consultivo de diversas entidades culturais em sua cidade natal.

Estreou na literatura com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus.

Nélida Piñon é, também, acadêmica correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios ao longo de mais de 35 anos de atividade literária.

O mais recente foi o Prêmio Príncipe de Asturias das Letras de 2005, conferido na cidade espanhola de Oviedo.

Concorreram a este prêmio escritores de fama mundial, como os norte-americanos Paul Auster e Philip Roth, e o israelense Amos Oz; ao todo, mais de dezesseis países estavam representados no concurso.

FERNANDA TAKAI E LÚCIA HIRATSUKA ABREM O SALÃO DE IDÉIAS



Na vida, elas percorreram caminhos diferentes, mas suas origens se coincidem. Hoje, se encontraram para falar sobre os novos trabalhos, regidos por um toque oriental.


Lúcia Hiratsuka, escritora e ilustradora, disse que suas inspirações partiram todas de lembranças. “Da minha infância guardo muitas recordações que transfiro para o livro com um toque de ficção”, diz.

Segundo ela, acontecimentos familiares diversos ganham vida em seus livros. O que é o caso de Histórias Tecidas em Seda, a nova obra da escritora, lançada pela editora Cortez.

“Na época da segunda guerra mundial, lembro de meus pais enterrando uma caixa repleta de livros japoneses. Não podíamos ler em outra língua no Brasil. Essa cena eu descrevo em um determinado momento em minha obra”.

Fernanda Takai, escritora e vocalista do grupo Pato Fu, diz que por enquanto se sente mais confortável se descrevendo como musicista. No encontro ela falar de sua experiência com a escrita, que deu origem ao livro Nunca Subestime uma Mulherzinha da editora Panda Books.

A vocalista, neta de japoneses, diz que se encanta a cada dia mais com a cultura japonesa, que diz influenciá-la a todo instante. “Estou aprendendo a falar o idioma, e irei pela terceira vez ao Japão”, comenta Fernanda.

Sua obra com prefácio escrito por Zélia Duncan é uma reunião das crônicas que ela escreve há três anos para os jornais Correio Braziliense e Estado de Minas.

“Falo sobre os variados acontecimentos do meu cotidiano. Além de mãe e dona-de-casa, canto em uma banda que viaja por todo o Brasil e exterior”, afirma.

A autora tem história. O título do livro vem de uma crônica que redigiu sobre Clarice Lispector, escritora que se destacou durante algum tempo em colunas femininas de jornais e usava o pseudônimo de Tereza Quadros.

Isso porque todos achavam que uma escritora consagrada não devia falar sobre assuntos leves e fúteis, como moda e beleza, por exemplo. “Eram textos ótimos e com um senso de humor bem peculiar. Muitos não sabiam que eram de Clarice”, admira. Fernanda fala sobre o preconceito que ainda existe contra as mulheres, descreve momentos da própria vida e cria outros que poderiam se encaixar no dia de qualquer uma.

PASQUALE COLOCA REFORMA ORTOGRÁFICA EM PAUTA



O professor falou sobre o acordo e os países que têm o português como idioma oficial.


O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse em Lisboa (Portugal), que o governo está trabalhando um cronograma de execução do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa e que o decreto sobre a unificação pode ser colocado em consulta pública no Brasil dentro de um mês.

A expectativa do ministro é de que esse processo de unificação possa ser concluído no país até 2011. Para Pasquale Cipro Neto, a mudança interessa muito mais ao Brasil que a Portugal.

“Já houve várias tentativas de criar uma normatização única para os sete países. Por trás disso há o interesse do Brasil em vender livros didáticos para Angola. Acredito que as modificações previstas para este processo são desnecessárias e não tocam em pontos importantes como a extinção do hífen”, diz.

Ele diz ainda que a unificação é uma questão muito complicada e que pode não agradar a todos os países.

“É como se alguém entrasse na sua casa mudando tudo de lugar. Muitas coisas que já estão consagradas e assimiladas podem mudar, mas estão gravadas pela memória visual das pessoas. Não há duvidas de que novas regras impostas por um acordo vão gerar um clima de insatisfação muito grande”, acredita.

Pasquale Cipro Neto é professor e apresentador do programa Nossa Língua Portuguesa, transmitido pela TV Cultura. No Brasil, escreveu mais de seis livros sobre a gramática da língua portuguesa.

GRACILIANO RAMOS E CLARICE LISPECTOR SÃO DESTAQUE NA BIENAL


Os dois ícones da literatura brasileira foram tema do Espaço Literário Ipiranga dessa segunda-feira.


Os 70 anos de Vidas Secas foram celebrados em uma palestra dada pelo doutor em literatura brasileira, jornalista, professor e apresentador do programa Entrelinhas da TV Cultura, Ivan Marques.

Para o jornalista, esse é um livro central e de grande importância na obra de Graciliano e na Literatura Nacional. “É uma história especial e inquestionável”.

Vidas Secas retrata a luta de pessoas que vivem no sertão nordestino e o sacrifício delas para sobreviver. O autor traz em seus personagens muito da alma nordestina e aborda a problemática da seca e da opressão social na região durante a década de 30.

O livro foi publicado a partir de contos escritos em jornais. “É uma obra em retalhos”, afirma Marques.

“O mais impressionante nesse romance nordestino é a visão crítica de Graciliano. Ele traça uma realidade brasileira diferente de outros autores da época. Não era romântico e nem queria mudar o mundo, suas linhas eram amargas”, conclui Marques.

Numa atmosfera de introspecção clariceana, a professora de literatura brasileira da USP Yudith Rosenbaum falou sobre as vicissitudes da criação literária da autora de A Paixão segundo GH. A estudiosa da obra de Clarice Lispector abriu a segunda sessão do dia falando sobre o surgimento da escritora no cenário das letras brasileiras, com o romance Perto do Coração Selvagem.

Num contexto regido por um time de escritores que se puseram a revelar um Brasil não conhecido, a autora surge com uma narrativa peculiar, inovando com seu romance de sondagem interior. “Ela aprofunda isso numa radicalidade que até então ninguém tinha feito”, lembra Yudith.

Monólogo interior, fluxo de consciência, a professora, em sua explanação, aponta que na criação da escritora tudo foge à lógica racional. Ao lembrar de uma de suas obras, a Uma aprendizagem ou o livro dos Prazeres, Yudith exemplifica essa característica pulsante na escrita de Clarice: “O romance começa com uma vírgula e termina com dois pontos, veja como a linguagem se sobressai mais que o enredo”, comenta.

Segundo a professora, a grande marca da autora de A Hora da Estrela é a sensação de não se habitar o mundo convencional. Em suas histórias, personagens aparentemente estáveis vivenciam experiências inéditas. De uma forma abrupta, num segundo, tudo muda: “Clarice adora acabar com as nossas certezas. E ela vai destruindo uma a uma. É a perda da estabilidade e da firmeza.”

Essa obra permeada por confrontos é marcada pela dualidade. Segundo Yudith, Clarice “transpõe pelos poros extremos”, num contexto em que o belo são justamente esses achados de linguagem que perfazem sua obra. Não por acaso, a professora fechou sua participação no espaço Literário Ipiranga com palavras da própria escritora: “Já que se há de escrever, que não se esmaguem com palavras o que há nas entrelinhas.”

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

NELLY NOVAES LANÇA OBRA SOBRE O UNIVERSO DOS CONTOS DE FADAS



A escritora autografou, essa sexta-feira, seu mais novo livro no estande da editora Paulinas, onde conversou com fãs sobre sua trajetória e dedicação à língua portuguesa.


O Conto de Fadas: símbolos – mitos – arquétipos traz análises de fábulas clássicas, como Esopo, Perrault, La Fontaine, Grimm, Andersen, entre outros.

A obra traça um estudo que fortalece o interesse renascente pelo “mundo dos contos de fadas ou da literatura maravilhosa dos mitos, arquétipos e símbolos que, surgindo na origem dos tempos, transformou em linguagem as mil faces da aventura humana e eternizou no tempo”.

Nelly Novaes Coelho é formada em letras pela USP, doutora livre-docente, professora, pesquisadora e crítica literária. Foi colaboradora do suplemento literário do jornal Estado de S. Paulo e é especialista em literatura, sobretudo infantil.

A autora se definiu “uma leitora voraz” e disse que uma de suas primeiras experiências com a leitura vem de sua avó que sempre lia folhetins. “Nasci perto da Semana de Arte Moderna; sou o que sou devido as circunstâncias”.

MULHERES DE PESO NA BIENAL

Encontro histórico no Salão de Idéias Volkswagen: a grande dama da literatura, Lygia Fagundes Telles, e a grande dama da dramaturgia, Maria Adelaide Amaral.


O delicioso bate-papo com o público durou cerca de uma hora e meia no auditório lotada do início ao fim e com rotatividade de público.

As grandes damas falaram de suas criações, recitaram poesias e “da zona indevassável do escritor com seus personagens”, como destacou Maria Adelaide. O trabalho das duas se mistura em muita coisa, mas uma diferença é gritante: os personagens.

Lygia diz que seus personagens sentam em seu colo e conversam com ela. “Vão e voltam me visitar várias vezes. Aí eu reproduzo”, explica.

Já Maria Adelaide tem vários problemas com seus personagens reais. A dramaturga se revolta com a situação legal do País que só permite obras biográficas (escritas ou em minisséries) quando são autorizadas.

“O fato de o biografado poder intervir na comercialização da obra, poder exigir que a obra seja retirada de todas as livrarias, é caso de polícia”, diz ela indignada. “Neste País todo mundo é virgem, é fiel, nunca traiu e, depois que morre, vira santo”.

“Precisamos fazer algo neste sentido porque a vida de muitos personagens históricos brasileiros deveria ser considerada patrimônio cultural. Cada vez que faço um trabalho biográfico, preciso da autorização de todos da família. Vou lá e digo: confia em mim que vou tratá-lo com o maior respeito”.

As narrativas históricas - principalmente em tevê, pois têm longo alcance - são de suma importância para a memória do povo. “O que mais me comove é a mobilização que o tema gera. O público começa a se informar sobre o tema e, conseqüentemente, resgata a história”, afirma Adelaide.

E para quem quer se dedicar a escrever, elas são unânimes no conselho: “leia, leia muito!”.

Lygia fechou o debate com chave de ouro: “estendo minha palavra como ponte para o público e ele vem até mim. Depois ele vai embora e eu fico na solidão”.

sábado, 23 de agosto de 2008

P O E S I A....

não é competição , são sensações reais
que voam como deusas, faceiras, sensuais
a destilarem rimas , emoções adoçadas da alma
cada verso projetando o homem por inteiro
mesmo que seja o momento imaginário
aquele instante, real concreto
a rasgar o intimo , voar infinito


nada se perde do olhar
nem as folhas secas a resgatar
quando a vontade é louca
de nada, nada deixar apagar
ao ritmo da terra a circundar
glórias , fragilidades
vitórias , fracassos
virtudes , defeitos
paixões a despertar,
e o amor a nos acordar...


nela somos o Eu e os Outros em nos
não há nada que fuja do nosso peito
somos o que somos e nada mais
basta deixar os olhares se encontrarem

não procuramos a lógica
ela é muito mais ,mais que mais...
é um mistério que nunca se desvendara!


Tenha uma maravilhosa noite
e um abençoado final de semana
com muita saúde paz e sucesso sempre
beijos amiga Luh♥+♥

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Porque os homens gostam tanto das mulheres

1. O cheirinho delas é sempre gostoso, mesmo que seja só xampu.
2. O jeitinho que elas têm de sempre encontrar o lugarzinho certo em nosso ombro.
3. A facilidade com a qual cabem em nossos braços.
4. O jeito que têm de nos beijar e, de repente, fazer o mundo ficar perfeito..
5. Como são encantadoras quando comem.
6. Elas levam horas para se vestir, mas no final vale a pena.
7. Porque estão sempre quentinhas, mesmo que esteja fazendo trinta graus abaixo de zero lá fora.
8. Como sempre ficam bonitas, mesmo de jeans, camiseta e rabo-de-cavalo.
9.. Aquele jeitinho sutil de pedir um elogio.
10. Como ficam lindas quando discutem.
11. O modo que têm de sempre encontrar a nossa mão.
12. O brilho nos olhos quando sorriem.
13. Ouvir a mensagem delas na secretária eletrônica logo depois de uma briga horrível.
14. O jeito que têm de dizer 'Não vamos brigar mais, não..'
15. A ternura com que nos beijam quando lhes fazemos uma delicadeza.
16. O modo de nos beijarem quando dizemos ' eu te amo'.
17. Pensando bem, só o modo de nos beijarem ja basta.
18. O modo que têm de se atirar em nossos braços quando choram.
19. O jeito de pedir desculpas por terem chorado por alguma bobagem.
20. O fato de nos darem um tapa achando que vai doer.
21. O modo com que pedem perdão quando o tapa dói mesmo (embora jamais admitamos que doeu).
22. O jeitinho de dizerem 'estou com saudades'.
23. As saudades que sentimos delas.
24. A maneira que suas lágrimas têm de nos fazer querer mudar o mundo para que mais nada lhes cause dor.

' Mulheres são como a Lua: com suas fases, às vezes ficam escondidas, mas nunca perdem seu brilho encantador.'

Escolhas

Você pode curtir ser quem você é, do jeito que você for, ou viver infeliz por não ser quem você gostaria.

Você pode assumir sua individualidade, reprimir seus talentos e sonhos, tentando ser o que os outros gostariam que você fosse.

Você pode produzir-se e ir se divertir, brincar, cantar e dançar, ou dizer em tom amargo que já passou da idade ou que essas coisas são fúteis, não sérias e bem situadas como você.

Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas, ou com aquele olhar de censura, que poda, pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites e dificuldades de cada um, inclusive os seus.

Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional, ou ficar se lamentando pela falta de gente à sua volta.

Você pode ouvir o seu coração e viver apaixonadamente ou agir de acordo com o figurino da cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes de vivê-la.

Você pode deixá-la como está para ver como é que fica ou com paciência e trabalho conseguir realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo à sua volta.

Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos ou partir para a ação com o pouco que tem e muita vontade de ganhar.

Você pode amaldiçoar sua sorte, ou encarar a situação como uma grande oportunidade de crescimento que a Vida lhe oferece.

Você pode mentir para si mesmo, achando desculpas e culpados para todas as suas insatisfações, ou encarar a verdade de que, no fim das contas, sempre você é quem decide o tipo de vida que quer levar.

Você pode escolher o seu destino e, através de ações concretas, caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos, ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e nada mais lhe resta a fazer senão sofrer.

Você pode viver o presente que a Vida lhe dá, ou ficar preso a um passado que já acabou, e portanto não há mais nada a fazer, ou a um futuro que ainda não veio, e que portanto não lhe permite fazer nada.

Você pode ficar numa boa, desfrutando o máximo de coisas que você é e possui, ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria.

Você pode engajar-se no mundo, melhorando a si próprio e, por conseqüência, melhorando tudo que está à sua volta, ou esperar que o mundo melhore para que então você possa melhorar.

Você pode continuar escravo da preguiça, ou comprometer-se com você mesmo e tomar atitudes necessárias para concretizar o seu Plano de Vida.

Você pode aprender o que ainda não sabe, ou fingir que já sabe tudo e não precisa aprender nada mais.

Você pode ser feliz com a vida como ela é, ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é.

A escolha é sua ... E o importante, é que você sempre tem escolha. Pondere bastante ao se decidir, pois é você quem vai carregar sozinho e sempre o peso das escolhas que fizer.

Pondere bastante ao se decidir, pois é você quem vai carregar sozinho e sempre o peso das escolhas que fizer.

Autor: Luis Borges

SONETO DA ESPERA

Se hoje eu a tenho, mas não por inteiro
Deixo te ir, para viver a angústia da espera
Se esse amor de um todo for verdadeiro
Um dia retornará e voltará a ser o que era

Mas se um dia me cansar dessa longa espera
Pense nas noites frias em que usei o candeeiro
Única fonte de luz e calor que ainda dispusera
N a altivez das noites em meu próprio cativeiro

Mas um sentimento preso se torna cabreiro
Resultante da quimera do que era antes
A única espera é de um amor verdadeiro!

Um sentimento nobre de um coração amante
Mas minha espera é por seu amor primeiro
Mas se não vier, não me tornarei prisioneiro...

Flávio Cardoso Reis (05/08/2008)
Te...Te...Te...Mensagens